sexta-feira, 12 de junho de 2009

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Acompanhei atento todas as notícias sobre o desaparecimento do Airbus A330 da Air France. Confesso que, esperançosamente, esperei que fosse noticiado o encontro de sobreviventes. Como cristão e também ser humano, tenho esperança até hoje. É como se de repente aquela música tenebrosa do plantão da Rede Globo tocasse e algum repórter anunciasse que, milagrosamente, foram encontrados sobreviventes desse terrível acidente aéreo.

 

Eu não conhecia sequer um dos passageiros, mas é muito triste saber que mais de duzentas vidas foram ceifadas de uma forma trágica. Penso na dor dos familiares, dos amigos e colegas de trabalho, penso nos que ficaram ao mesmo tempo que rezo para os que foram.

 

Nunca fui fã de aviões. Como é que alguém pode se sentir seguro dentro de um tubo de alumínio com mais de duzentas toneladas de peso, sustentados apenas pelas leis da física. Quem disser que não tem medo está mentindo. Bem lá no fundo, todos têm medo, nem que seja um pouquinho.

 

Voar, apesar de tudo, continua sendo a forma mais segura de se viajar. Não existe um meio de transporte mais seguro, visto que as rodovias têm se tornado verdadeiros campos de batalha, onde motoristas imprudentes, revestidos por suas lustrosas armaduras de aço sobre rodas, têm provocado inúmeros acidentes todos os dias, muitos deles fatais.

 

Fato é que, carros colidem todos os dias, deixou de ser novidade. Tal banalização nos faz dar menos importância para as estatísticas e nos dá uma falsa sensação de segurança. Mas talvez o grande problema com o avião seja que no carro, por mais feio que seja o acidente, sempre há uma enorme chance de alguém que ali estivesse, sobreviver, mas quando o assunto é a queda de um avião, é quase certa a totalidade das vitimas fatais.

 

O número de mortes também impressiona. Quando um veículo se acidenta, o número de vitimas geralmente é pequeno, quatro, cinco talvez mais se for um ônibus, mas quando falamos de um avião, o número alcança fácil os três dígitos.

 

Seja como for, devemos procurar viver cada dia como se o ultimo fosse, devemos aproveitar as coisas simples, que geralmente são pequenas, mas que fazem toda a diferença. Devemos entregar nossas vidas nas mãos de Deus e continuar, embora seja difícil, é assim que devemos proceder sempre, afinal, a vida continua.