domingo, 29 de março de 2009

Administração Financeira

ADMNINISTRAÇÃO FINANCEIRA: a importância de se controlar as finanças de uma empresa.

Por Helton Eduardo Cunha Vieira


Introdução


As mudanças percebidas pelas organizações acontecem cada vez mais rapidamente e a globalização as obriga a competir em um mercado cada vez mais global. Isso leva as empresas a repensarem seus processos e controles de recursos, a fim de garantir sua sobrevivência.

Neste artigo far-se-á a análise da administração financeira, sua importância para as organizações e também o papel do administrador financeiro frente aos desafios do novo mercado.

Verificar-se-á a importância dos controles financeiros para a geração de valor (lucro, caixa e saúde financeira), principalmente da ferramenta fluxo de caixa, que prove a empresa de informações importantes para a tomada de decisão.


A Administração Financeira


Para que uma empresa sobreviva no mercado é importante que ela cuide bem de suas finanças. Tracy (2000) corrobora essa afirmação quando diz que para sobreviver, uma organização deve gerar caixa suficiente para custear suas operações, ter ferramentas para manter a sua saúde financeira e ser lucrativa. Contudo, Ross, Westerfild e Jordan (1998) salientam que antes de se apurar o lucro, é preciso obter o capital necessário ao custeio das operações e definir onde o mesmo será aplicado, além disso, é necessário também acompanhar diariamente o fluxo financeiro da empresa.

Assim, pode-se dizer que a administração financeira está diretamente relacionada com a maneira pela qual uma organização obtém, direciona e controla os seus recursos financeiros, a fim de alcançar os objetivos e metas organizacionais. (ZDANOWICZ, 2004).

Diante do exposto, fica evidente a importância do administrador financeiro, pois é ele quem toma as decisões e promove o controle das finanças. Entretanto, esse gestor não pode ser responsabilizado integralmente pelo sucesso ou fracasso da organização, pois ele não a administra sozinho. De acordo com Tracy (2000, p.19), os objetivos organizacionais “[...] dependem do bom desempenho de todas as funções gerenciais.” Zdanowicz (2004) acrescenta ainda que a administração geral da empresa, através de suas políticas, influencia decisivamente na forma como a organização cuida de suas finanças.

Negligenciar a administração financeira significa assumir um enorme risco para as empresas. Um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE (2004), mostrou que 63% das empresas que fecharam suas portas entre os anos de 2000 e 2004, o fizeram por falta de capital de giro e problemas financeiros. Isso mostra que a inadequada gestão dos aspectos financeiros, por mais elementares que possam parecer ou por menor que sejam as empresas, traz impactos diretos no que diz respeito à longevidade das mesmas. É claro que o tamanho da organização pode interferir no tipo de controle utilizado, ou mesmo na importância dada pelos gestores aos aspectos financeiros.

De acordo com Gitman (1997), o papel da administração financeira depende do porte ou tamanho da organização. Se essa for uma pequena empresa, a função financeira é em grande parte feita pelo departamento contábil. À medida que a empresa cresce, a necessidade de controles mais rígidos acaba levando à criação de um departamento financeiro. Ainda segundo esse autor, em grandes empresas ou corporações, a função financeira é extremamente importante e não são raros os casos de presidentes advindos dessa área da organização.
Para cuidar das finanças de uma organização, a administração financeira dispõe de um vasto ferramental de controle dos fluxos de recursos que saem ou entram na empresa. Tais controles vão desde simples planilhas até programas de computador altamente customizados, que controlam vários parâmetros como as contas bancárias, recebimentos e pagamentos feitos pela organização. São exemplos de controles financeiros as demonstrações financeiras, o fluxo de caixa, o controle de contas a pagar e a receber, entre outros.

Dentre amplo arsenal de controles à disposição das empresas, destaca-se o fluxo de caixa, uma importante ferramenta de planejamento dos recursos financeiros. De acordo com Groppelli e Nikbakht (1999, p.21), “fluxo de caixa é uma medida de liquidez da empresa que consiste no lucro líquido mais despesas não desembolsáveis (tais como despesas de depreciação).”

Assaf Neto e Silva (1997, p.38), dizem que o fluxo de caixa é um processo em que a organização gera e aplica os recursos financeiros, resultado de suas atividades operacionais. Já no entendimento de Zdanowicz (1998, p.23), o fluxo de caixa pode ser descrito como:

[...] O instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar os somatórios de ingressos e desembolsos financeiros da empresa, em determinado momento, prognosticando assim se haverá excedentes ou escassez de caixa, em função do nível desejado pela empresa.

Diante do exposto, pode-se dizer que o fluxo de caixa é a ferramenta que auxilia a empresa no planejamento de utilização dos recursos financeiros, através do controle das entradas e saídas de capital resultantes de suas operações.

Utilizando o fluxo de caixa, a empresa poderá ter um controle mais eficiente tanto dos seus gastos como de seus recebimentos, isso implica em uma oportunidade de planejamento financeiro de curto prazo, fazendo com que a mesma otimize seus recursos financeiros e programe sua aplicação.




Conclusão


A administração financeira é vital para a sobrevivência das empresas. Frente às ameaças do novo mercado, uma economia global e altamente competitiva, controlar eficientemente as finanças de uma organização representa o diferencial entre o sucesso e o fracasso para essa empresa. Seu gestor financeiro necessitará trabalhar de forma integrada com os gestores das outras funções administrativas, a fim de proporcionar à organização uma visão holística e possibilitar ações assertivas por parte da alta administração.

Dentre os possíveis mecanismos de controle, desponta o fluxo de caixa como um mecanismo eficaz para a solução do problema de má gestão dos recursos financeiros. Essa ferramenta deverá ser utilizada pela organização para supri-la de informações e auxiliá-la no processo de tomada de decisão, bem como no planejamento estratégico.


Referencias


ASSAF NETO, Alexandre. SILVA, César A T. Administração do Capital de Giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra,1997.

GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JORDAN, Bradford D. Princípios de administração financeira. Tradução: Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1998.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil. Brasília: Charbel, 2004.

TRACY, John A. Finanças: idéias inovadoras e dicas que realmente funcionam. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiros. 10. ed. Porto Alegre : Sagra-DC Luzzatto, 2004.