sábado, 11 de julho de 2009

O Blog está de mudança...



O "Muito Além da Razão" está de mudança! A partir de hoje o novo endereço do Blog será:

http://muitoalemdarazao.wordpress.com/

IT is a Thriller

O período de férias tem seu lado ruim. Perdoe-me imprensa brasileira, mas não agüento mais ouvir nada a respeito de onde vai ser ou foi feito o enterro de Michael Jackson ou as novas notícias sobre as suspeitas de como ele morreu. Talvez seja uma tremenda indelicadeza minha, ou não, mas apesar de acreditar que ele tenha sido uma grande estrela da música pop internacional, o que penso é que infelizmente ele morreu, that is it, não há mais nada o que fazer e, sinceramente, deveriam todos deixá-lo em paz. Aliás, paz que ele, pelo pouco que acompanhei, não teve em vida.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Lobos em pele de cordeiros.

“Quanto mais eu conheço os homens, mais gosto dos animais”. É claro que me dou ao luxo da licença poética ao usar essa frase, mas ela até faz certo sentido. É incrível como as pessoas se escondem atrás de máscaras. Não as censuro, todos as usam de alguma forma, até mesmo eu. O que me incomoda não são as máscaras, mas o que elas escondem.

Lobos em pele de cordeiros, infames e mentirosos que não se afligem em disfarçar suas reais aflições e aspirações por detrás de belos sorrisos. Egoístas e ambiciosos que só vêem seu próprio mundinho, que só cuidam do próprio umbigo.

Entristece-me o fato de que nem sempre pode-se fazer frente a esses indivíduos. O que quero dizer é que nem sempre podemos lutar todas as batalhas, mesmo que elas nos pareçam justas. Por vezes, lutar contra o sistema não é a melhor escolha. Usá-lo em favor dos fracos e oprimidos parece-me uma idéia melhor do que levantar uma bandeira e partir para o ataque.

Sou romântico o suficiente para acreditar que o bem sempre vencerá o mal. Assim, no final, quando for a hora certa, as coisas certas acontecerão.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Até quando?


Acompanho de perto o desenrolar da mais nova crise política brasileira, a crise do Senado. Infelizmente, mais uma vez nossos congressistas vêm demonstrando que não há limite para as farras feitas com o dinheiro público.

É cada vez mais claro para todos que, seja por omissão ou participação, não há inocentes nessa história.

Talvez o que seja mais triste para mim é novamente a postura que o governo brasileiro toma diante desses fatos lastimáveis. O partido do nosso presidente vem se enrolando mais uma vez. Em nome da governabilidade (palavras do líder do governo no Senado, o ilustríssimo Senador Mercadante) o PT e a base aliada compactua com os mandos e desmandos de Sarney e de sua trupe. Lula é o PT, ele sabe, orienta e apóia os atos dessa base governista, só não vê quem não quer!

Como pode? Aliás, como podemos nos calar diante de tamanho desrespeito com o erário e com os bens públicos! Eu me sinto constrangido por ser enganado e explorado por políticos corruptos que, com seus atos secretos ou não, vêm privatizando o que é nosso, o que pertence a todos nós brasileiros.

É nosso dinheiro que está sendo desviado, são os impostos que pagamos com tanta dificuldade. É o fruto de nosso suor que é sumariamente desviado para custear os mordomos, parentes, viagens, entre tantos outros absurdos.

Meu constrangimento pode ser explicado pela forma com a qual o povo brasileiro tem sido ludibriado e explorado. Somos obrigados a digerir situações que se não fossem trágicas, seriam no mínimo cômicas. O digníssimo presidente do Senado teve a coragem de dizer que não percebeu o depósito mensal de quase quatro mil reais em sua conta (Referente a ajuda de custo para custear a moradia, haja vista que o senador é um homem humilde e de poucas posses, que não pode pagar por um pouso em Brasília).

O desconhecimento, aliás, é a desculpa mais usada por essa corja. Foi assim com o Maluf e também com Lula. “Eu não sabia”, essas três palavras mágicas, para o meu espanto, realmente funcionam, do contrário, Lula não estaria com um índice de aprovação popular tão grande.

Os europeus quando desembarcaram na América usaram espelhos e badulaques brilhosos para comprar os nativos e roubar suas riquezas. Hoje não é diferente, só que o engodo é travestido de benfeitorias assistencialistas como bolsa escola ou bolsa família, PAC e outras tantas outras manobras. Não sou contra a distribuição de renda obtida com os programas governamentais que citei, mas se o governo der somente o peixe e não ensinar a população a pescar, tudo isso será em vão.

Até quando permitiremos? Até quando ficaremos deitados em berço esplêndido?

Mande um e-mail para o senador em que você votou: nomedosenador@senador.gov.br

Cobre dele alguma atitude, mostre sua indignação! E para quem gosta tanto do Lula, faça o que ele disse pra fazer: tire o traseiro da cadeira e vá a luta!

Em tempo: O Deputado do Castelo foi absolvido, não é uma maravilha!

Humano, demasiadamente humano


Nem sempre o problema está naquilo que é dito, mas sim na forma como é transmitida a mensagem. Às vezes uma boa intenção ou mesmo a própria razão deixa de ser relevante se não controlamos nossa impulsividade em despejar, sobre quem quer que seja, nossas verdades e anseios, preocupações ou reclamações.
Penso que a melhor estratégia seja a capacidade de empatia, ou seja, de se colocar no lugar do outro. Nem sempre as outras pessoas fazem algo só para nos irritar ou contrariar. Se partirmos do pressuposto de que todos os “homens” são ruins (nesse caso a palavra homem está generalizando os homens e as mulheres, sejam eles quais forem), nossas atitudes serão de defesa diante dessa situação e na maioria das vezes a melhor defesa é o ataque. Seremos agressivos, exigentes, opressores, essa nossa atitude vai depender apenas de nossa posição e condição diante do indivíduo com o qual interagimos. Da mesma forma, se partirmos do pressuposto que todos os homens são bons, nossas atitudes tenderão à benevolência.
O grande desafio é o meio termo, ou melhor, a empatia. Será que naquela determinada situação não seria melhor agir assim, ou assado, como eu gostaria de ser tratado? Como eu gostaria de ser avaliado ou julgado?
Bom senso aliado a um pouco de talento para relações humanas é a receita do sucesso. Eu procuro agir sempre assim, embora não consiga sempre, mas de uma forma geral, entendo que as pessoas devem ser tratadas de forma diferente. Já que somos pessoas diferentes, merecemos tratamentos diferentes. Quem merece ser tratado com mais liberdade ou flexibilidade, que seja assim tratado, já quem por ventura exigir de nós um pouco mais de firmeza, que assim seja tratado.
Indiferente da estratégia ou mensagem escolhida para a comunicação, o mais importante a meu ver é o talento de saber como transmiti-la. Lembro de uma estória que ouvi faz algum tempo, de dois sábios que receberam a missão de interpretar o sonho de um rei. O primeiro, após ouvir a narração do rei, dispara sem hesitação que toda sua família morreria, irado, o rei o condenou à morte. Já o segundo, mesmo sem saber o destino de seu antecessor, disse ao rei que ele era um homem abençoado e que viveria, com certeza, mais tempo do que os seus.
Os dois disseram a mesma coisa, mas o segundo teve a sensibilidade de transmitir a mensagem de uma forma mais eufêmica. Essa talvez seja a maior qualidade de um bom gestor.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Continuar...

Acompanhei atento todas as notícias sobre o desaparecimento do Airbus A330 da Air France. Confesso que, esperançosamente, esperei que fosse noticiado o encontro de sobreviventes. Como cristão e também ser humano, tenho esperança até hoje. É como se de repente aquela música tenebrosa do plantão da Rede Globo tocasse e algum repórter anunciasse que, milagrosamente, foram encontrados sobreviventes desse terrível acidente aéreo.

 

Eu não conhecia sequer um dos passageiros, mas é muito triste saber que mais de duzentas vidas foram ceifadas de uma forma trágica. Penso na dor dos familiares, dos amigos e colegas de trabalho, penso nos que ficaram ao mesmo tempo que rezo para os que foram.

 

Nunca fui fã de aviões. Como é que alguém pode se sentir seguro dentro de um tubo de alumínio com mais de duzentas toneladas de peso, sustentados apenas pelas leis da física. Quem disser que não tem medo está mentindo. Bem lá no fundo, todos têm medo, nem que seja um pouquinho.

 

Voar, apesar de tudo, continua sendo a forma mais segura de se viajar. Não existe um meio de transporte mais seguro, visto que as rodovias têm se tornado verdadeiros campos de batalha, onde motoristas imprudentes, revestidos por suas lustrosas armaduras de aço sobre rodas, têm provocado inúmeros acidentes todos os dias, muitos deles fatais.

 

Fato é que, carros colidem todos os dias, deixou de ser novidade. Tal banalização nos faz dar menos importância para as estatísticas e nos dá uma falsa sensação de segurança. Mas talvez o grande problema com o avião seja que no carro, por mais feio que seja o acidente, sempre há uma enorme chance de alguém que ali estivesse, sobreviver, mas quando o assunto é a queda de um avião, é quase certa a totalidade das vitimas fatais.

 

O número de mortes também impressiona. Quando um veículo se acidenta, o número de vitimas geralmente é pequeno, quatro, cinco talvez mais se for um ônibus, mas quando falamos de um avião, o número alcança fácil os três dígitos.

 

Seja como for, devemos procurar viver cada dia como se o ultimo fosse, devemos aproveitar as coisas simples, que geralmente são pequenas, mas que fazem toda a diferença. Devemos entregar nossas vidas nas mãos de Deus e continuar, embora seja difícil, é assim que devemos proceder sempre, afinal, a vida continua.

 

 

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A Arca de Absalão

Absalão era um homem que só se podia conceituar como justo. Particularmente era um apaixonado pela organização de forças de combate e no uso de armas avançadas, tais como lanças de grande alcance, setas orientadas e a última novidade bélica - o lançador de pedras! Era um verdadeiro líder.

Um dia, andava Absalão pela ravina, quando de repente - PUFF - uma nuvem de fumaça apareceu, acompanhada de uma voz tonitruante:

- ABSALÃO!

Absalão prostrou-se. Só podia ser o Criador! Em Pessoa!

ABSALÃO - tornou a voz - "NÃO ESTOU CONTENTE COM OS HOMENS. ESTÃO POLITIZADOS. GUERREIAM ENTRE SI E SÓ DEFENDEM OS INTERESSES PRÓPRIOS. O TRINÔMIO ADÃO-EVA-COBRA DEU NISTO... FAREI CHOVER DURANTE 40 DIAS E 40 NOITES, ATÉ COBRIR A TERRA DE ÁGUA, O QUE SERÁ CONHECIDO COMO 'O DILÚVIO'. QUERO QUE NASÇA UMA NOVA HUMANIDADE, DE HOMENS INTELIGENTES, PRÁTICOS E OBJETIVOS. VAI E CONSTRÓI UM BARCO PARA TI E PARA A TUA FAMÍLIA E LEVA PARA DENTRO DESTE UM CASAL DE CADA SER VIVO. TERÁS CENTO E VINTE DIAS PARA ESTE EMPREENDIMENTO. O MEU CONTATO CONTIGO É O ARCANJO GABRIEL."

PUFF!... e a nuvem desapareceu.

Absalão levantou-se lívido. O Criador o elegera gerador da nova Humanidade!

Todas as suas idéias seriam programadas para o futuro! Mas, Absalão não conhecia nada de barcos nem de navegação! Quatro meses... era muito pouco tempo! Era preciso resolver um problema técnico, construir um barco enorme - que objetivo!

Absalão rebuscou a memória. Conhecia um engenheiro naval chamado Noé.

Noé poderia construir-lhe o barco. Absalão seria o coordenador do empreendimento e Noé seria o elemento técnico. Se depressa o pensou, mais depressa o fez. E foi falar com Noé.

- Meu caro - dizia Absalão - quero encomendar-lhe um barco... e dos grandes!

- Sim, senhor, mas de que tipo, para que tipo de carga e que tipo de navegação?...

- Sim, sim, Noé, isto são só detalhes. É um barco para grande carga e águas pesadas. Quero fazer uma longa viagem com a família e levarei tudo.

- Está bem, senhor. Temos aqui mesmo, nesta floresta, madeira de boa densidade, em quantidade suficiente. Acho que consigo arranjar dez bons carpinteiros e dez bons lenhadores e assim conseguirei construir o barco.

Mais tarde, Absalão chamou Roboão.

- Roboão, como você já deve saber, vamos construir um grande barco...

- Sim, chefe, já ouvi dizer qualquer coisa.

- O que você acha...

- Deixe comigo, chefe. No recrutamento da última batalha pagamos oito dinheiros a valentes combatentes e estes são apenas carpinteiros. Temos cinco recrutadores e dez examinadores, para a fase de seleção!

- E quanto ganharão?

- O salário desta equipe varia entre oito e dez dinheiros, por serem especialistas. Chefe, há um pequeno problema. Não quero responsabilidades com o numerário e não sou bom em contas. Não acha melhor termos um homem para a gerência financeira do empreendimento?

- Bem lembrado, Roboão, mas não conheço nenhum e deve ser um homem de confiança!

- Bem, chefe, podemos fazer uma seleção entre candidatos. Vou já tratar disso.

O empreendimento crescia de vento em popa. As equipes de recrutamento e seleção já estavam em plena operação. As finanças já tinham um responsável. Mas onde colocar este pessoal? Absalão partiu, com o seu habitual dinamismo, e depressa adquiriu uma cabana de madeira, contratando de imediato pessoal de supervisão e segurança.

- Senhor Presidente - falou timidamente a graciosa recepcionista - está aqui o Engenheiro Noé com alguns desenhos e...

- Minha filha, já lhe disse para não me interromper. Diga ao Engenheiro Noé que passe por aqui depois do almoço.

- Pois é, amigo Jacó, preciso cercar-me de gente de confiança para o sucesso do meu empreendimento.

- Certo, chefe! Sabe que pode confiar em mim. Mas o armazenamento da madeira necessita de um almoxarifado adequado e de um bom almoxarife. Para o controle, necessitarei de alguns arquivos, prateleiras e pessoal de apoio.

- Justo, Jacó. Encomende as prateleiras na carpintaria da povoação e fale com o Roboão para o recrutamento de pessoal necessário.

Neste momento entrou Cloé, a secretária do Presidente. Jacó afastou-se discretamente.

- Senhor Presidente, o Engenheiro Noé telefonou novamente. Parece aflito para a aprovação de alguns desenhos.

- Ora, este Noé! Sempre querendo me confundir com minúcias sobre densidade de madeiras e outras bobagens. Ele sabe que sozinho não posso me responsabilizar pela aprovação desses desenhos. Diga-lhe que nomearei um Grupo de Trabalho do Barco, o GT-BAR, para me dar o parecer. O rapaz é bom em projetos, mas não entende nada de custos ou de administração!

Passaram-se quinze dias e o organograma proposto já estava na mesa do Presidente. Uma Diretoria das Coisas (DC), uma dos Investimentos (DI) e uma do Barco (DB).

A Diretoria do Barco já tinha montado um laboratório especializado para a medida de densidade de madeira e análise de fungos e caruncho.

A Administração, em apenas quinze dias, já tinha elaborado as provas de seleção para arquivistas de desenho naval, para a seleção do pessoal de recrutamento e seleção de pessoal de apoio etc.

Naquela noite, Absalão estava cansado, mas não pôde esquivar-se de receber Noé na sua residência.

- Senhor Presidente, desculpe-me ter vindo interromper o seu descanso, mas o projeto já está pronto e as pessoas do GT-BAR ainda não foram nomeadas. O material já está especificado, porém o laboratório ainda não emitiu o laudo de aprovação da madeira e não consegui os carpinteiros para o corte... Se o senhor pudesse autorizar-me a trazer os carpinteiros conhecidos da povoação...

- Não se preocupe, Noé. Falarei amanhã com a Diretoria do Barco e apressarei a contratação do pessoal. Noé, apesar de ser o Presidente, não posso mudar as normas da organização, autorizando diretamente os seus carpinteiros. Não se preocupe que o empreendimento está nas mãos de profissionais - os melhores! Boa noite, Noé...

Noé afastou-se sem entender muito bem. Tinha sido convidado para construir um barco. Agora está às voltas com normas, instruções, exames de seleção etc...

Vigésimo quinto dia - manhã linda. Cloé anuncia a chegada de Roboão.

- Entre, meu velho, sente-se. Aceita um leite de cabra?

- Sim, chefe, obrigado. Por falar nisso, mandei distribuir leite de cabra de manhã e de tarde, para todos. Mas, para isso, foi necessário adquirir duzentas cabras, alugar um pasto e contratar cinco pastores.

- Você é um bicho na administração de pessoal, Roboão! Merece uma promoção. Afinal, já temos quinhentas pessoas no efetivo e todas passaram por você.

- Roboão, não quero incomodá-lo e nem por sombra desfazer o belíssimo trabalho da sua equipe, mas Noé disse-me que ainda não foram contratados os carpinteiros para o corte...

- Ora, chefe, Noé é um sonhador. Só pensa nos seus desenhos. Já lhe expliquei a complexidade da contratação. Por exemplo, já aumentamos a oferta para seis dinheiros, mas todos os carpinteiros foram reprovados no primeiro psicotécnico. Se não passam neste exame, imagine nos outros!

- Realmente, você tem razão, Roboão. Noé desconhece o que é uma boa organização. Oriente as coisas como achar melhor. Se o contratei é porque tenho total confiança no seu trabalho...

Quadragésimo dia - finalmente a primeira reunião de Direção. Era o momento solene das grandes decisões de cúpula do empreendimento. O Presidente, satisfeito, relatava que o empreendimento era o orgulho da povoação. Havia muito trabalho e emprego para todos.

O Diretor do Barco ponderou que faltava papel para o desenho e que a eficiência dos carpinteiros era baixa. Noé tentava suprir a falta desenhando em folhas de bananeira e cortando as árvores à noite, após o expediente. Quando o Diretor do Barco propôs aumentar o salário de Noé para quinze dinheiros o Diretor das Coisas explodiu, seguido de perto pelo Diretor dos Investimentos.

- Estes técnicos não funcionam e ainda querem aumento! Sr. Presidente, sou de opinião que devemos aumentar a equipe de recrutamento e apertar as provas de seleção.

- Perdão - retrucou o Diretor do Barco - Acontece que não temos o apoio necessário. O senhor está desviando recursos para a área de operação do barco, recrutando timoneiros, veleiros etc.

- Mas é lógico - interveio o Presidente - temos que agir com antecedência no treinamento.

Octagésimo dia - Absalão passeava na ravina. Estava orgulhoso. Era Presidente de um empreendimento que já contava com mil e duzentas pessoas. As preocupações de Noé eram infundadas. Não passava de um tecnocrata pessimista. Felizmente já havia o Diretor do Barco para despachar com Noé - menos um aborrecimento. Subitamente - PUFF - uma nuvem de fumaça!

- O Arcanjo Gabriel! - exclamou Absalão, prostrando-se.

"ABSALÃO! PÕE GENTE DE MAIS PESO NO TOPO, CASO CONTRÁRIO O EMPREENDIMENTO AFUNDARÁ!"

PUFF!

Absalão correu à cabana de Noé.

- Noé, Noé, ponha um convés no alto do mastro. Vou colocar as pessoas mais pesadas em cima!

- Mas, Presidente, isso é impossível!... O convés é sempre em baixo e o mastro aponta para cima. Se aumentarmos a massa do topo, o barco vai emborcar!

- Não discuta comigo, Noé. O Arcanjo mandou colocar homens pesados no topo e é isso que vou fazer... e cumpra as minhas ordens!

Noé não retrucou. O Presidente estava nervoso. Noé correu à Secretaria Geral, mas lá encontrou o Comandante de Operações do barco, que já o esperava há duas horas.

- Noé - disse o Comandante - o seu projeto não anda! Vou treinar os meus homens sem barco? Vou pedir a aprovação do Presidente para adquirir um simulador, caso contrário não me responsabilizo.

Noé balançou a cabeça e retirou-se. Realmente o que ele conseguira? Uma meia dúzia de desenhos em folha de bananeira. Isto em oitenta dias. Estava acabrunhado e sentia-se um incompetente. Mas o que estaria errado?

O Presidente entrou furioso desabafando com Cloé.

- Veja só! Faltam apenas quarenta dias e a Divisão de Importação diz que há crise de transporte e a madeira só chegará no prazo médio de dez dias! Quero uma reunião de emergência com os diretores. Vou despedir o carpinteiro e contratar outro. Se não fosse o Roboão com a equipe de recrutamento, não sei o que seria...

- Mas, Presidente - perguntou Cloé - faltam quarenta dias para quê?

- Para o dilúvio, minha filha, para o dilúvio! Envie o seguinte fax:

De: Absalão
Para: O Senhor
Solicito prorrogação prazo restante 40 dias. Dificuldades intransponíveis. Crise internacional de madeira. Prostrações. Absalão

O ruído monótono do fax deixava Absalão ansioso, mas a resposta veio finalmente:

De: Senhor
Para: Absalão
CONCEDIDO PRAZO MAIS CINCO DIAS IMPRORROGÁVEIS, ELEVAÇÃO DAS ÁGUAS EM ANDAMENTO.

Absalão desesperou-se e partiu para a reunião. Cloé, pelo telefone interno, espalhou a história do dilúvio.

Octagésimo segundo dia.

- Cloé, ligue para Roboão.

- Roboão? Aqui é o Presidente. Já recrutou os carpinteiros?

- Infelizmente não passam nos testes, meu chefe. Até já afrouxamos as provas, mas o exame de reconhecimento de tipos genéticos de caruncho reprova todos!

- Presidente - interrompeu Cloé - é urgente: há dois pastores na ante-sala e dizem que há crise de leite nas cabras e não vai haver distribuição aos funcionários durante uma semana - o suprimento não providenciou erva durante a seca do pasto... Qual é a sua decisão?

Centésimo dia.

- Sr. Presidente - disse o Diretor dos Investimentos - dentro de uma semana vencem os nossos empréstimos internacionais, com as povoações vizinhas, e o caixa não é suficiente. O nosso empreendimento economicamente vai muito bem, mas financeiramente... estamos em crise. Sugiro uma redução de pessoal...

- Sr. Presidente - tentou timidamente o Diretor do Barco - acho que o Diretor dos Investimentos tem razão, mas não prometemos ao CRIADOR que o barco estaria pronto em breve?

- Mas... sem material!

- Como posso fabricar madeira? - gritou o Diretor das Coisas - o seu laboratório não acha a madeira local apropriada e há crise de transporte! Os carpinteiros são incompetentes... e esse tal Noé! Que fez ele até agora? E ganha dez dinheiros...

- Senhores! - falou gravemente o Presidente. Todos o olharam esperançosos. - A situação do empreendimento é razoável, mas temos que tomar uma atitude mais séria quanto ao projeto do barco...

- Presidente, não quero interromper, mas nos nossos arquivos não constam os exames de admissão de Noé e nem sabemos se ele é engenheiro naval!...

- Sim, a culpa é minha - falou o Presidente - mas quando convidei Noé ainda não existiam as normas do empreendimento. Sou, portanto, obrigado a despedi-lo. Queira providenciar através do Roboão.

Noé ficou realmente furioso com a notificação. Estava disposto a sair daquela terra e o caminho mais fácil era pelo rio. Partiu para a floresta e reuniu a família.

- Vamos cortar estas árvores, mesmo com bicho, construir um barco e sair daqui!

- Mas, Noé, não somos carpinteiros, nem sabemos fazer barcos...

- Não importa. Eu ensino vocês a cortar a madeira e já tenho os desenhos. Faremos um pixurum e construiremos um barco para tentar uma vida melhor longe daqui! Levaremos uns animais a bordo para comer na viagem. Só falta meter mãos à obra!

A madeira começou a ser cortada. As partes mais bichadas eram descartadas. Em poucos dias o casco do barco já tomava forma.

Centésimo vigésimo quinto dia - O Presidente acordou preocupado. A madeira tinha chegado, mas só havia três carpinteiros no setor de carpintaria. A sua charrete seguiu o caminho mais rápido para o escritório, para evitar o mau tempo. Nuvens pesadas cobriam os céus. Absalão dirigiu-se diretamente ao fax, mas Cloé só chegava às dez horas. Absalão dirigiu-se ao Centro de Processamento de Dados.

- O que se passa aqui? Não começou o expediente? Quem é você?

- Sou do "telemarketing", senhor. Já faz dias que não há ninguém. Dizem que, com esse plano de classificação de cargos e salários e com essa política de promoções, não fica ninguém... Se for de seu desejo, eu vou estar localizando a sua secretária...

Por um breve momento Absalão esqueceu todos os seus problemas e falou consigo mesmo: - Que diabos de dialeto fala essa mulher? "telemarketing... vou estar localizando..."? O que ela quer dizer com isso?

Mas logo voltou à realidade e disparou para o escritório. No caminho encontrou Roboão que lhe disse preocupado haver um zum-zum-zum acerca de um tal Plúvio, que poderia ser um terrorista, mas que a sua equipe... Absalão ficou branco e correu em direção ao fax. Cloé já havia chegado, finalmente.

- Cloé, rápido:
De: Absalão
Para: O Senhor
Dificuldades com projetista atrasam empreendimento. Solicito prorrogação do prazo.

A resposta foi imediata:
De: Senhor
Para: Absalão
PRORROGAÇÃO NEGADA.

E começou a chover...

Absalão saiu correndo, seguido por Jacó. Derramava água. Ambos corriam morro acima, com a água nos calcanhares. Em pouco tempo já estavam com água pela cintura. Era cada um por si! Quando eles já se debatiam, com água pelo pescoço, Jacó ainda teve tempo de gritar para o chefe, apontando para a enxurrada:

- Chefe, veja, há um barco vencendo as ondas! Veja na proa... está escrito... A ARCA DE NOÉ!

(autor desconhecido)

 

sábado, 16 de maio de 2009

Carne assada que até "Eu Faria"



Quem me conhece sabe que gosto de me aventurar no universo culinário. O que nunca fiz antes foi batizar minhas receitas. Na verdade, nunca nem tive o trabalho de anotar uma delas. Talvez seja uma boa hora, já que morando sozinho e tendo oportunidade de praticar sem me preocupar com críticos, posso dar asas à minha criatividade gastronômica.
Bem, a primeira receita de meu livro de criações será a carne assada “Eu Faria”, em homenagem ao meu grande amigo Rodrigo Faria, um grande incentivador dessa empreitada culinária.

Carne Assada “Eu Faria”

Ingredientes:
1 Kg de Carne Moída
200 g de Pernil de Porco Defumado
100 g de Bacon
4 Colheres de Maionese
2 Tomate
½ Cebola
Manteiga ou Azeite
Azeitonas

Modo de Preparo:

Fritar a cebola na manteiga ou azeite. Quando a cebola dourar acrescentar o tomate picado sem pele e o pernil defumado picado em pequenas tiras. Acrescentar tempero ou sal a gosto. Acrescentar o bacon e fritar por cerca de 5 minutos, mexendo sempre. Não há necessidade de acrescentar água, pois o tomate soltará liquido na medida em que aquece.

Colocar a carne moída em um recipiente e temperar a gosto. Acrescentar os ingredientes que foram fritos no passo anterior e as colheres de maionese. Misturar bem e colocar o bolo de carne em uma assadeira. Pincelar grosseiramente com maionese e enfeitar com as azeitonas.

Assar em forno pré aquecido por cerca de quarenta minutos. Verificar o cozimento da carne periodicamente. Ela não pode secar, caso note que a mesma já está assada, mesmo antes do tempo estimado, retire do forno.

Essa receita serve quatro pessoas.

Eu fiz... e você... faria?

domingo, 3 de maio de 2009

A vida imita a arte (ou será o contrário)...

Ensaio Sobre a Cegueira me fez pensar... Foi um daqueles filmes em que não se tem a exata certeza de que se gostou ou não. Talvez se eu o ver de novo, quem sabe? Mas ele me fez pensar... Pensei em quanto a humanidade é regida por uma pseudo moral e quão tênue é a linha que a separa da completa selvageria.

Esse filme está atual, em tempos de gripe suína todo cuidado é pouco. Confesso que depois de assisti-lo senti meus olhos arderem... rsrs... Foi como depois de ver “Epidemia”, senti asco em tocar o controle remoto, pelo menos por poucos minutos.

Tenho muito medo de que o fim do mundo esteja mais próximo do que pensamos... Não o fim apocalíptico, mas sim o fim do mundo que conhecemos, da sociedade em que vivemos. A qualquer hora uma epidemia, um novo vírus qualquer pode dar cabo da humanidade, ou de boa parte dela. Fato é que estamos muito vulneráveis. Há algumas décadas podia-se ver a lenta expansão de uma doença, vivíamos na era das epidemias, hoje, o assunto é um pouco mais sério, vivemos em uma constante ameaça de pandemia!
Se antes um vírus levava meses, quiçá anos para infectar um grande número de pessoas, agora ele anda de avião! Um espirro em Xangai causa gripe em Juiz de Fora mais rápido do que a peste negra levou pra infectar toda Europa.

Voltando no filme “Epidemia”, os mocinhos descobrem a cura do malfadado vírus rapidinho... mas na vida real nem sempre é assim, que o diga as pessoas que enfrentam a AIDS há tanto tempo... E assim vamos vivendo, sempre à um passo do último passo.

Mas penso ser um bom momento para a humanidade pensar um pouquinho também. Volto no filme Ensaio Sobre a Cegueira: somos mais do que podemos ser individualmente! Devemos nos unir em prol de um mundo melhor, onde as diferenças não nos segreguem. Hoje muitos ainda se preocupam com questões que não deveriam nem mesmo existir, como preconceito de raça, de cor, diferenças sociais e econômicas... Se preocupam não para extingui-las, mas para alimentá-las.

Já passou da hora das pessoas se tocarem que estamos no mesmo barco: negros, brancos, índios, asiáticos, católicos, mulçumanos, homens e mulheres. O fim pode estar próximo, cabe a nós, seres humanos racionais, inteligentes, donos do mundo, fazermos desse um bom lugar para se viver. Um lugar onde a fraternidade possa salvar mais vidas do que a intolerância possa levar.

Diante disso tudo, só nos resta rezar.

Uma breve consideração a respeito do tempo...

Einstein disse certa vez que o tempo é relativo. Concordo, dependendo da situação o tempo parece voar ou parar. Ultimamente, no entanto, meu tempo parece se esvair de forma acelerada. Eu até tento “segurá-lo”, mas surte o mesmo efeito de se fechar a mão quando nela se tem água ou areia fina, quanto mais tentativas eu faço, mas rápido ele se vai.
Eu sinto muito a falta de escrever aqui no Blog, mas nunca escrevi tanto na minha vida, artigos, mini-teses... quando isso vai acabar? Bom, espero que não acabe tão cedo! Mas que o Mestrado me um tempo que a graduação não se preocupou em dar, bom, pelo menos quanto aos últimos períodos...

domingo, 29 de março de 2009

Administração Financeira

ADMNINISTRAÇÃO FINANCEIRA: a importância de se controlar as finanças de uma empresa.

Por Helton Eduardo Cunha Vieira


Introdução


As mudanças percebidas pelas organizações acontecem cada vez mais rapidamente e a globalização as obriga a competir em um mercado cada vez mais global. Isso leva as empresas a repensarem seus processos e controles de recursos, a fim de garantir sua sobrevivência.

Neste artigo far-se-á a análise da administração financeira, sua importância para as organizações e também o papel do administrador financeiro frente aos desafios do novo mercado.

Verificar-se-á a importância dos controles financeiros para a geração de valor (lucro, caixa e saúde financeira), principalmente da ferramenta fluxo de caixa, que prove a empresa de informações importantes para a tomada de decisão.


A Administração Financeira


Para que uma empresa sobreviva no mercado é importante que ela cuide bem de suas finanças. Tracy (2000) corrobora essa afirmação quando diz que para sobreviver, uma organização deve gerar caixa suficiente para custear suas operações, ter ferramentas para manter a sua saúde financeira e ser lucrativa. Contudo, Ross, Westerfild e Jordan (1998) salientam que antes de se apurar o lucro, é preciso obter o capital necessário ao custeio das operações e definir onde o mesmo será aplicado, além disso, é necessário também acompanhar diariamente o fluxo financeiro da empresa.

Assim, pode-se dizer que a administração financeira está diretamente relacionada com a maneira pela qual uma organização obtém, direciona e controla os seus recursos financeiros, a fim de alcançar os objetivos e metas organizacionais. (ZDANOWICZ, 2004).

Diante do exposto, fica evidente a importância do administrador financeiro, pois é ele quem toma as decisões e promove o controle das finanças. Entretanto, esse gestor não pode ser responsabilizado integralmente pelo sucesso ou fracasso da organização, pois ele não a administra sozinho. De acordo com Tracy (2000, p.19), os objetivos organizacionais “[...] dependem do bom desempenho de todas as funções gerenciais.” Zdanowicz (2004) acrescenta ainda que a administração geral da empresa, através de suas políticas, influencia decisivamente na forma como a organização cuida de suas finanças.

Negligenciar a administração financeira significa assumir um enorme risco para as empresas. Um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE (2004), mostrou que 63% das empresas que fecharam suas portas entre os anos de 2000 e 2004, o fizeram por falta de capital de giro e problemas financeiros. Isso mostra que a inadequada gestão dos aspectos financeiros, por mais elementares que possam parecer ou por menor que sejam as empresas, traz impactos diretos no que diz respeito à longevidade das mesmas. É claro que o tamanho da organização pode interferir no tipo de controle utilizado, ou mesmo na importância dada pelos gestores aos aspectos financeiros.

De acordo com Gitman (1997), o papel da administração financeira depende do porte ou tamanho da organização. Se essa for uma pequena empresa, a função financeira é em grande parte feita pelo departamento contábil. À medida que a empresa cresce, a necessidade de controles mais rígidos acaba levando à criação de um departamento financeiro. Ainda segundo esse autor, em grandes empresas ou corporações, a função financeira é extremamente importante e não são raros os casos de presidentes advindos dessa área da organização.
Para cuidar das finanças de uma organização, a administração financeira dispõe de um vasto ferramental de controle dos fluxos de recursos que saem ou entram na empresa. Tais controles vão desde simples planilhas até programas de computador altamente customizados, que controlam vários parâmetros como as contas bancárias, recebimentos e pagamentos feitos pela organização. São exemplos de controles financeiros as demonstrações financeiras, o fluxo de caixa, o controle de contas a pagar e a receber, entre outros.

Dentre amplo arsenal de controles à disposição das empresas, destaca-se o fluxo de caixa, uma importante ferramenta de planejamento dos recursos financeiros. De acordo com Groppelli e Nikbakht (1999, p.21), “fluxo de caixa é uma medida de liquidez da empresa que consiste no lucro líquido mais despesas não desembolsáveis (tais como despesas de depreciação).”

Assaf Neto e Silva (1997, p.38), dizem que o fluxo de caixa é um processo em que a organização gera e aplica os recursos financeiros, resultado de suas atividades operacionais. Já no entendimento de Zdanowicz (1998, p.23), o fluxo de caixa pode ser descrito como:

[...] O instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar os somatórios de ingressos e desembolsos financeiros da empresa, em determinado momento, prognosticando assim se haverá excedentes ou escassez de caixa, em função do nível desejado pela empresa.

Diante do exposto, pode-se dizer que o fluxo de caixa é a ferramenta que auxilia a empresa no planejamento de utilização dos recursos financeiros, através do controle das entradas e saídas de capital resultantes de suas operações.

Utilizando o fluxo de caixa, a empresa poderá ter um controle mais eficiente tanto dos seus gastos como de seus recebimentos, isso implica em uma oportunidade de planejamento financeiro de curto prazo, fazendo com que a mesma otimize seus recursos financeiros e programe sua aplicação.




Conclusão


A administração financeira é vital para a sobrevivência das empresas. Frente às ameaças do novo mercado, uma economia global e altamente competitiva, controlar eficientemente as finanças de uma organização representa o diferencial entre o sucesso e o fracasso para essa empresa. Seu gestor financeiro necessitará trabalhar de forma integrada com os gestores das outras funções administrativas, a fim de proporcionar à organização uma visão holística e possibilitar ações assertivas por parte da alta administração.

Dentre os possíveis mecanismos de controle, desponta o fluxo de caixa como um mecanismo eficaz para a solução do problema de má gestão dos recursos financeiros. Essa ferramenta deverá ser utilizada pela organização para supri-la de informações e auxiliá-la no processo de tomada de decisão, bem como no planejamento estratégico.


Referencias


ASSAF NETO, Alexandre. SILVA, César A T. Administração do Capital de Giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra,1997.

GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JORDAN, Bradford D. Princípios de administração financeira. Tradução: Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1998.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil. Brasília: Charbel, 2004.

TRACY, John A. Finanças: idéias inovadoras e dicas que realmente funcionam. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiros. 10. ed. Porto Alegre : Sagra-DC Luzzatto, 2004.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Quem quer ser um milionário?

Sou contra estereótipos. Aquela velha história de retratar todo Inglês como certinho (leia-se também “quadrado”), o francês como cozinheiro, o russo como frio e alcoólatra e o brasileiro como sambista, jogador de futebol e morador de uma floresta. Somos bombardeados por essas imagens o tempo todo, principalmente através do cinema e da televisão, dessa forma, construímos e ajudamos a fortalecer esses estereótipos.

Eu nunca fui à Índia. Na verdade, este país nunca entrou em minha lista de “lugares a visitar”. Nada contra, mas pouco à favor, entendem?

Imagino que se no Brasil existe muita injustiça e desigualdade social, lá deve haver um abismo, praticamente intransponível, separando as castas ou classes sociais, pelo menos foi isso que aprendi na escola. Talvez esse seja o clichê mais forte e que identifica esse país, pelo menos para mim. Um lugar de belezas ímpares, onde convivem a riqueza e a pobreza. Não a pobreza com a qual estamos acostumados, mas sim a miserabilidade, a completa falta das condições mínimas de saneamento, habitação, entre outros fatores condizentes à sobrevivência humana.

Como disse anteriormente, nunca fui à Índia, dessa forma, sinto-me incapaz de tecer uma opinião isenta e coerente dessa situação, mas tento fundamentá-la com fatos que são noticiados nos jornais e revistas, bem como nos foi ensinado nos livros de história e geografia.

A dualidade é bem clara quando analisamos as duas perspectivas que nos são apresentadas na atualidade: uma são os filmes e novelas que mostram uma Índia “rica” e emergente, com uma cultura belíssima e vestes multicoloridas, festas opulentas e iguarias apetitosas, a outra, o retrato de um país onde a grande maioria da população beira à miséria, com crianças sendo exploradas sexual e financeiramente, sendo usadas como mendigos junto aos turistas estrangeiros. Essa segunda perspectiva pode ser vista no filme “Quem quer ser um milionário” (Slumdog Millionaire - 2008), o grande vencedor da 81ª edição do Oscar.

A realidade é muito difícil de ser comprimida nas poucas horas de um filme. Como não dizer que “Cidade dos Deus” ou “Tropa de Elite” não são representações bem próximas da realidade brasileira? Contudo, o Brasil não é só aquilo, não se resume em favelas e narcotráfico.

Retratar um país sem o mínimo de responsabilidade, é contribuir com a construção de estereótipos e mentiras a respeito daquele lugar. Quem assistiu aos filmes “Feitiço do Rio” e “Turistas”, sabe bem o que estou querendo dizer. No primeiro, a imagem de um Rio de Janeiro aonde todas as mulheres vão à praia de topless e com seus “macacos de estimação”, no segundo, o retrato de um país xenófobo, violento e onde órgãos humanos são roubados de turistas indefesos.

Enquanto a “verdade” não freqüentar os cinemas, teremos que nos munir de muito senso crítico para não aceitarmos facilmente as fantasias dos roteiristas de Hollywood.

Quanto ao filme “Quem quer ser um milionário”, vale a pena assistir, mereceu cada Oscar que ganhou.


Em tempo:
Eu hoje, 14 de junho de 2009, li no blog da Jessie um post muito legal sobre o assunto, vale conferir.(Mineira sem freio)

 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Coordenadas interessantes no Google Earth ou Google Maps


Pra quem gosta de "viajar", seguem coordenadas interessantes para conferir no Google Earth ou Google Maps:


Meu Bairro 19°52'58.93"S 44° 0'6.66"W

Sede do Galo em Lourdes 19°55'38.60"S 43°56'48.14"W

Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 19°53'30.67"S 43°54'15.38"W

Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo 25 24 31.33 S 54 35 30.35 W

Campo de Baseball em Detroit 42 20 20.68 N 83 2 54.68 W

Foguete em cabo canaveral 28 31 22.37 N 80 34 19.67 W

Fabria da Fiat em Betim 19 57 52.95 S 44° 6 56.73 W

Sede da Ford em Detroit 42 18 08.39 N 83 13 51.16 W

Orlando (Shark / Universal Studios) 28 28 46.44 N 81 28 08.42 W

Castelo de Buckingham (Londres) 51 30 01.56 N 0 08 36.44 W

Mônaco 43 43 46.49 N 7 25 08.13 E

Esfinge (Egito) 29 58 31.27 N 31 08 15.33 E

Base de Alcântara 2 23 24 S 44 22 47 W

Transamazônica 7 27 56.14 S 64 25 52.41 W

Greenwich 51 28 40 N 0 E

Fábrica da Boeing (Seattle) 47 31 44.07 N 122 18 00.56 W

Serra da Canastra (MG) 20 12 S 46 50 W

Ponte da Amizade 25 30 S 54 36 W

Torre de Pisa 43 43 0 N 10 22 60 E

Ponte do Brooklyn (NY) 40 42 20.51 N 73 59 48.53 W

Porta-Aviões Americano 47 58 53 N 122 13 44 W

Porta-Aviões Brasileiro 22 53 40 S 43 10 10 W

Eurotúnel (lado inglês) 51 05 49.53 N 1 09 23.41 E (lado francês) 50 55 22.80 N 1 46 48.60 E

Copacabana 22 58 02.80 S 43 10 40.92 W

Um enorme "disco voador" em Bagdá 33 18 30.44 N 44 23 21.09 E

Uma praça em Veneza 45 26 15.35 N 12 19 46.19 E

Aeoporto de Frankfurt (um dos maiores aeroporto do mundo) 50 02 45.65 N 8 34 13.07 E

Cemitério de Arlington (Onde foram enterrados os soldados da 2ª Guerra Mundial) 38 53 11.9 N 77 04 10.30 W

Deserto do Atacama 20 23 27.65 S 67 28 34.09 W

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Afinal, o que é conhecimento?


O conhecimento advém da experimentação do homem, sua crença. É através de sua percepção de mundo que o ser constrói seu arcabouço cognitivo, a imagem que ele tem do ambiente que o cerca e que determina seu comportamento na sociedade. E embora metodologicamente o conhecimento possa ser dividido em quatro partes (popular, filosófico, religioso e científico), nota-se na práxis humana a possibilidade da presença de todas elas, uma vez que nenhum indivíduo possui o conhecimento pleno.

Dessa forma, quando o ser humano se vê diante de um objeto ou fenômeno distante de seu entendimento, ele pode se apoiar tanto no senso comum quanto em sua fé religiosa para encontrar uma explicação. Seu conhecimento nesse caso passa a ser mera doxa. Ao contrário, se o objeto ou fenômeno em questão é de domínio do indivíduo, ou através do estudo e da pesquisa ele possa estabelecer um pensamento científico, entendendo claramente o porquê daquele fato ou como ele acontece, ele passa a ter meios de divagar, filosofar, aplicar o seu poder de raciocino sobre esse objeto ou fenômeno observado. Ele passa da doxa à episteme (Platão, 428ac a 347ac).

O conhecimento, assim como a natureza do homem, é dinâmico, ele muda e é renovado pelo próprio homem à medida que ele aprende, que ele descobre o mundo, que ele interage com o seu ambiente.

Conclui-se, pois, que, as esferas do conhecimento se aplicam à vida do indivíduo como um todo. Assim, dependendo do conjunto de informações que ele acumular em sua vida, de seus interesses ou cotidiano, o homem vai utilizar mais ou menos de cada um dos tipos de conhecimento, conforme a ocasião e o ambiente onde o mesmo se encontrar.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A short post...


Só um breve comentário...

Há alguns anos eu fiz uma feliz descoberta: há vida inteligente fora de Hollywood!

Tomei gosto pelos filmes ingleses e franceses, principalmente as comédias. São hilárias... bem diferentes do estilo Jim Carrey...

O fabuloso destino de Amélie Poulain (FRA), Après vous (FRA, que eu não sei o título que deram em português), O Pianista (ING), Quatro casamentos e um funeral (ING), Chumbo Grosso (ING), Simplesmente Amor (ING), As Férias de Mr.Bean (ING, um dos filmes mais engraçados que eu já vi ), O Barco da Liberdade (FRA)... são os títulos que me lembro agora, mas com certeza são apenas a pontinha do iceberg de bons filmes...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Crepúsculo


Tudo bem, eu disse que iniciaria esse novo marcador com o filme “Ensinando a viver”, mas o tempo passou... passou... e como estou com um outro filme “fresquinho” na cabeça, é por ele que vou começar.
Trata-se de Crepusculo (Twilight), adaptação para o cinema da obra da escritora americana Stephenie Meyer.
Confesso que fui ver esse filme à reboque. A única coisa que sabia era que se tratava de um filme sobre vampiros. À medida que o tempo foi passando, aquele velho e esperado clichê de filmes de terror foi abandonando a minha mente. O filme conta a história de amor vivida por Bella (Kristen Stewart) e pelo vampiro Edward (Robert Pattinson). Só isso, sem sangue escorrendo para todos os lados, morcegos e presas afiadas.
É um filme de amor. O mais engraçado é que até nisso ele foge ao tradicional. Durante o filme todo eles se beijam apenas uma vez! E isso, como não poderia deixar de ser, arranca dos espectadores aplausos e gritos de viva. A tensão entre os dois é altíssima. E como se trata de uma trilogia (bom, na verdade são quatro episódios), vem mais por aí.
É isso, um filme incomum, que foge dos clichês e dos rótulos, mas justamente por isso, vale a pena ser assistido. Bom divertimento!

Confira o trailer do filme: