segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Valeu Massa!

É, não foi dessa vez. O título de campeão do mundo ficou mesmo com o Inglês. É verdade que a faixa esteve nas mãos do brasileiro por alguns segundos, preciosos segundos que encheram de alegria e esperança todos os milhões de brasileiros que acompanharam, com os olhos grudados na telinha, o Grande Prêmio do Brasil de Formula 1 nesse último domingo. Os momentos finais da corrida me transportaram rumo ao passado. Pude lembrar das manhãs de domingo em que vibrava com as ultrapassagens e traquinagens do grande tricampeão Nelson Piquet. Dos duelos homéricos que ele travava com Mansel e Prost, para não falar de Ayrton Senna. É fato que eu nunca fui muito fã do Senna, mas tenho que concordar que com ele, morreram também as esperanças de vitórias brasileiras nesse esporte por anos a fio.

 

Com a morte de Senna, infelizmente, caiu sobre os ombros do então estreante Rubens Barrichello a responsabilidade imediata de ser um campeão, de levar um pais inteiro nas costas, de mostrar para toda uma nação que o sonho não havia acabado. O Rubinho não é, em sua essência, um mau piloto. A grande maioria da população brasileira teima em compará-lo com gênios e isso ele definitivamente não é. O problema é a base de comparação. Aliás, há um outro problema também: o destino. No único momento em sua carreira onde ele pôde contar com um carro em condições de brigar por um título, o destino o coloca ao lado de Schumacher. Nos seis anos em que correram juntos, o brasileiro sempre foi preterido pela Ferrari e se pode ser culpado de algo, Barrichello realmente é culpado de ter aceitado ser “apenas” o segundo piloto. Muitos não aceitariam, é fato, mas isso significava deixar a Scuderia e correr em equipes menos competitivas, sem chances nem mesmo de podium. Na “Era Schumacher”, Barrichello foi duas vezes vice-campeão do mundo, o que nos permite um pequeno devaneio: e se o alemão não estivesse ali? Rubinho bicampeão mundial de formula 1? Talvez.

 

Tudo bem, Massa é um grande piloto, mas ainda não há como compará-lo aos gênios do esporte e nem tão pouco dizer que ser companheiro de equipe de Räikkönen é a mesma coisa que correr ao lado de Schumacher. Nos dois anos em que correram juntos, o alemão ofuscou o brilho de Massa, isso é notório. O mesmo aconteceu com Kimi: Massa só conseguiu se firmar (?) como primeiro piloto da equipe na segunda metade da temporada 2008. Bom, mas isso não é importante. O que importa mesmo é que o brasileiro se impôs, brigou e por pouco, não saiu do GP do Brasil com a faixa de campeão mundial.

 

Tomara que os grandes momentos que vivemos na década de 80 e 90 possam estar de volta. Torço muito para que Massa possa continuar com toda força e competência que demonstrou nessa temporada em que, se não fosse por erros toscos da Ferrari, poderia ter se sagrado campeão. Valeu Massa.

 

 

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