domingo, 20 de julho de 2008

O que fazer?


Descobri cedo o que muitos levam uma vida inteira pra perceber: não há nada mais eficaz para resolver um problema do que não se render a ele. Parece simples, mas não é tão óbvio para a maioria das pessoas. O homem se limita, se encerra sem ver que a solução nunca anda distante do problema. Talvez seja uma questão de ponto de vista. Às vezes é preciso mudar a posição, ver o problema de outro ângulo. E por que não pedir conselhos, estudar uma nova abordagem, pensar fora do quadrado? Ninguém entra em uma corrida acreditando que vai perder. Até o mais humilde dos corredores tem, nem que seja bem pequeno, um fio de esperança. Ele diz que não, que os adversários são melhores, que sua preparação não foi suficiente, mas lá no fundo, bem no fundo, ele tem esperança de ganhar. Caso contrário, por que ele deveria correr afinal? Da mesma forma, quando diante de nós há um problema, uma situação dificultosa pela qual precisamos passar, mesmo que tudo e todos digam que não somos capazes ou que não temos condições, lá no fundo, bem no fundo, deveríamos ter o mesmo fio de esperança que tem o corredor. Nessa hora o mais importante é entender que sempre há um caminho, mesmo que ele não seja aparente. Também vale a grande máxima: “o que não tem remédio, remediado está”. Os que ainda não entenderam isso, fazem como aqueles que não correm, reconhecem sua posição de desvantagem e simplesmente desistem. Penso que essa autolimitação é uma das maiores mazelas da humanidade. Por quê? Simples, limitando-se, o homem deixa de crescer, deixa de realizar, deixa de viver. Edison tentou mais de mil vezes fazer a lâmpada elétrica funcionar, diante dos mil fracassos e da zombaria dos críticos ele disse: “Eu não fracassei nenhuma vez, apenas descobri mil motivos diferentes que impedem as lâmpadas de funcionar”. Imagine se ele tivesse desistido? Edison não se limitou. Diante de um problema ele persistiu e venceu. Essa abordagem não serve apenas para descrever os grandes feitos. Em nossa vida cotidiana deixamos de realizar, crescer, viver, Et cetera, por não nos sentirmos capazes de resolver problemas simples. Quando no primário, o maior problema da grande maioria das pessoas era resolver contas de multiplicação ou divisão. Os que enfrentaram esse problema de frente hoje “tiram de letra” integrais e derivadas, mas os que se limitaram, munidos de uma desculpa como “não sou bom com números” ou “detesto matemática”, não conseguem sobreviver sem uma calculadora eletrônica. Quando eu estava “tirando” minha carteira de motorista, eu tinha muita dificuldade em fazer balizas. Achava que era a coisa mais difícil do mundo! Hoje, as faço sem nem tomar conhecimento, mecanicamente como ditar a tabuada. Não é que eu seja um exímio motorista, mas que os problemas em nossas vidas assumem diferentes proporções, de acordo com a importância e com a maneira com a qual lidamos com eles. Desistir diante de um problema é a pior maneira de solucioná-lo. É reconhecer que chegamos ao limite de nossa capacidade e que é mais fácil conviver com ele (uma solução medíocre) do que purgá-lo de vez.

Nenhum comentário: