segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Por um mundo melhor.


Estamos na era do conceito, no momento em que os homens usam seus conhecimentos para formatar idéias, construir imagens, gerar inovações e usar sua criatividade de uma forma nunca antes vista na face desse planeta azul. A internet deixou de ser novidade e passou a representar algo corriqueiro na vida das pessoas. Quem imaginaria a vinte anos atrás que teríamos acesso ao mundo, bem na palma de nossas mãos? Jatos cada vez maiores cortam os céus levando cada vez mais pessoas de um lado ao outro do globo. Os limites geofísicos deixaram de ser empecilho ao desenvolvimento da sociedade. Comunicar-se nunca foi tão fácil. Celulares, e-mails, MSN, Orkut, blogs, SMS e tantas outras facilidades, aproximam cada vez mais as pessoas. Será? Talvez a comunicação seja facilitada, mas a um custo muito alto: distanciar cada vez mais as pessoas. É tão mais fácil mandar um e-mail ou um SMS que muitas vezes decidimo-nos manter distância de nossos familiares e amigos. Mais do que isso, é cada vez maior o número de pessoas que se conhecem apenas virtualmente. Se as coisas continuarem a evoluir nesse ritmo, em pouco tempo poderemos ter mais amigos virtuais do que reais. Pode parecer um exagero, mas em menos de cem anos o homem passou da completa negação da possibilidade de voar à exploração espacial, em menos de trinta, passamos da maldição da infertilidade à manipulação genética da vida. Há quinze anos, se dois amigos quisessem jogar vídeo game juntos, um teria que ir à casa do outro. Hoje, podemos jogar on-line com alguém que mora do outro lado do mundo, sem sequer precisar falar a mesma língua. Abastecer um carro com dois combustíveis diferentes há apenas cinco anos atrás poderia ser sinônimo de desespero ou de loucura, entretanto hoje é possível usar até três tipos diferentes. Sendo assim, é difícil dizer qual será o futuro das relações social nos próximos anos. Fato é que a mesma tecnologia que nos “aproxima”, nos afasta de uma forma nunca antes vista. Torna impessoal o que antes era coisa de pele. Finalizamos sempre nossas mensagens com abraços e beijos, mas cada vez menos rostos beijamos, corpos abraçamos. Reduzimos o contato com o próximo na mesma proporção em que aumentamos a nossa indiferença às mazelas do mundo. Na década de quarenta, o mundo acompanhava atento e perplexo as notícias da guerra na Europa, essas chocavam, emocionavam e mobilizavam todos a rezar pela paz no mundo. Hoje, durante o jantar, acompanhamos guerras em tempo real na TV e não nos choca nada o fato de que muitos morreram nesse ou naquele bombardeio. A banalização da violência, causada provavelmente pela enxurrada de notícias sobre mortes e crimes, torna-nos cada vez mais indiferentes. Temos o mundo em nossas mãos e não sabemos o que fazer com ele. Mobilizamos-nos contra a fome na África e nos esquecemos que ela também mata nossos vizinhos. Bom, então tudo isso é culpa da tecnologia? Não! A culpa é nossa! Os fuzis, mísseis e tanques não começaram a guerra na Ossétia. Foram as pessoas, homens e mulheres. Seres humanos. Sendo assim, a responsabilidade é nossa. E o mundo não pode se esconder atrás da indiferença e deixar que russos e georgianos se matem como se em uma partida de vídeo game estivessem. Não podemos nos calar diante das injustiças. É impraticável que em plena era do conceito, em pleno século XXI, em meio a tanta facilidade de comunicação e possibilidades de entendimento, que o homem não tenha aprendido a resolver suas diferenças de forma diplomática. É imperdoável que deixemos de lado a oportunidade que a tecnologia nos dá de unirmo-nos em prol do crescimento da humanidade. É um crime que deixemos de lado a oportunidade que Deus nos dá de chegar até o próximo, esteja ele onde estiver, para levar o amor, o alento e a boa nova que Cristo nos trouxe. É nosso dever moral usarmos essa tecnologia a serviço do bem, da verdade e da justiça. Aproximando-nos e contribuindo para sermos realmente irmãos nessa aldeia global.

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