quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Yes, nos temos Judô!


Muito se tem comentado nos últimos dias a respeito do Judô brasileiro. Depois das últimas medalhas na olimpíada de Beijing, esse nobre esporte japonês é o que mais trouxe medalhas para o Brasil, ultrapassando o iatismo. Isso se explica por três motivos básicos. Primeiro, podemos dizer que o judô é um esporte democrático. Ao contrário da grande maioria dos esportes, qualquer um pode ser judoca, baixos, altos, gordos, magros, homens, mulheres, crianças, idosos, todos têm oportunidade de competir, basta ter a vontade e a disciplina tão necessárias à prática de qualquer esporte. Para se praticar basquete e vôlei, além de um ótimo preparo físico, é condição sine qua non que o sujeito seja alto, o que exclui boa parte da população brasileira, cuja altura média é 170 centímetros. O atletismo é um pouco mais popular, mas é, assim como a ginástica, excludente no tocante ao preparo físico exigido do individuo e também à sua idade. Segundo, o judô é um esporte acessível à realidade financeira da população brasileira. Ao contrário do iatismo que é altamente elitista, o judô pode ser praticado com o mínimo de investimento, basta alguns colchões (tatame) e um kimono pra se fazer a festa. Terceiro, o círculo virtuoso iniciado pelo judoca Aurélio Miguel em Seul (1988) que com sua medalha de ouro, chamou a atenção para o esporte. Hoje é muito comum que os pais direcionem seus filhos para o judô, se meninos ou balé se meninas. Essa atenção para o esporte motiva as novas gerações. É muito mais fácil um pai atender ao pedido de um filho quando ele pede para “colocá-lo” no judô do que se ele pedisse um barco para aprender iatismo. O judô é um esporte relativamente novo, ao contrário do que a maioria pensa, ele tem apenas 120 anos de vida. Foi criado no Japão por um camarada chamado Kanoo Jigoroo. O seu princípio básico é o domínio da força bruta através da maleabilidade, daí o seu nome, “juu” maleável, flexível e “do” caminho. Como toda “arte marcial”, o judô trabalha a disciplina, o respeito ao próximo e principalmente a consciência de que a “força” não é o caminho, mas sim a flexibilidade. Agora, apesar de ser um esporte relativamente barato, assim como todos os outros esportes, o judô necessita de patrocínino (investimento), se o assunto for competição em alto nível. Só assim o Brasil poderá brigar pelos primeiros lugares de forma definitiva. O esporte vai muito além de medalhas e premiações, ele é saúde e oportunidade para a mudança de vida de muitas pessoas.

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